12/02/2014

"A Vida em Tons de Cinza" - Ruta Sepetys, A História de 20 Milhões de Esquecidos.

"Se eu lhes entregasse minha dignidade, o que iria me restar?"


Sinopse: 1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos. A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.



Embora os personagens do livro sejam fictícios, ele foi baseado em uma história real. Ruta Sepetys, a autora, é descendente de Lituanos e conversou com pessoas que enfrentaram esse pesadelo e sobreviveram, embora suas vozes tenham sido caladas durante anos pelo medo. Muitas dessas experiências foram incorporadas a estória de Lina Vilkas. O que deixa o livro ainda mais tocante, mais real.

"Eles estavam esperando. Uma mulher que também constava da lista estava dando a luz um bebê. Assim que o cordão umbilical fosse cortado, os dois seriam jogados dentro do veículo." 

Estima-se que 20 milhões de pessoas sucumbiram nas mãos de Stalin, os países bálticos perderam um terço de sua população e mesmo aqueles que sobreviveram às inumanidades soviéticas, não podiam contar a absolutamente ninguém, ou seriam mandados de volta para seus campos de trabalho forçado.

“Era arriscado carregar ou guardar nossa ração de quando Ivanov estava por perto. Ele adorava roubar nossa comida. Trezentos gramas. Era só o que recebíamos. Certa vez, eu o vi arrancar um pedaço de pão de uma velha. Ele o enfiou na boca. A mulher ficou olhando, sua boca vazia mastigando junto com a dele. Ele cuspiu o pão no pé dela. Ela se jogou no chão para pegar e comer cada pedaço.”

O livro de Ruta Sepetys é uma mensagem de amor. Ele desperta reflexão, profunda comoção e mostrou o poder que a compaixão tem de manter as pessoas de pé, quando isso é a única coisa que elas tem.

"Vocês algum dia já pensaram em quanto vale a vida de uma pessoa? Naquela manhã, a vida do meu irmão custou um relógio de bolso."

Leiam "A Vida Em Tons de Cinza", pesquisem, contem a alguém, reflitam. Coisas como a história de Lina ainda acontecem e só se perpetuam porque grande parte do mundo não sabe. Quando me refiro a mundo, quero dizer a população e não apenas seus lideres.

Book Trailer:

Site oficial da autora: http://rutasepetys.com/

Créditos:
http://www.skoob.com.br/livro/180509-a_vida_em_tons_de_cinza

" No auge do inverno, finalmente percebi que dentro de mim havia um verão invencível. " - Albert Camus

03/02/2014

Teoria das Janelas Quebradas


Há alguns anos, a Universidade de Stanford (EUA), realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas idênticas, da mesma marca modelo e até cor, abandonadas na via pública. Uma no Bronx, zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.

Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta.

Mas a experiência em questão não terminou aí. Quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava a uma semana impecável, os pesquisadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto. O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. Por que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso? Evidentemente, não é devido à pobreza, é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação. Faz quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras. Induz ao “vale-tudo”. Cada novo ataque que a viatura sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piore, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Baseado nessa experiência foi desenvolvido a ‘Teoria das Janelas Partidas’, que conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores. Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.

Se se cometem ‘pequenas faltas’ (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar com o sinal vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e delitos cada vez mais graves. Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.

Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas, estes mesmos espaços são progressivamente ocupados pelos delinquentes.

A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: lixo jogado no chão das estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de ‘Tolerância Zero’. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.

A expressão ‘Tolerância Zero’ soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinquente, pois aos dos abusos de autoridade da polícia deve-se também aplicar-se a tolerância zero.

Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nosso bairro, na rua onde vivemos.

A tolerância zero colocou Nova York na lista das cidades seguras.

Esta teoria pode também explicar o que acontece aqui no Brasil com corrupção, impunidade, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc.

Reflita sobre isso!

Via: http://clinicaalamedas.wordpress.com/2013/08/25/teoria-das-janelas-partidas/

Fonte original: acesse o artigo
http://www.manhattan-institute.org/pdf/_atlantic_monthly-broken_windows.pdf

14/01/2014

Escolhi Partir

Tem dias que a vida parece tão pequena que eu não sei onde me esconder, busco um outro mundo, maior e até construído por mim para esconder minha solidão, minha cara de tristeza e minhas fraquezas.
Tem dias que a vida é grande demais, em que um sorriso fica perdidão nesse mundo de meu Deus, o mundo parece careta, as pessoas parecem mais limitadas que o normal, ou é isso ou é alegria demais da conta, que aliás, não é da conta de ninguém.
Tem dias que o mundo é pequeno demais pra nós dois, tem dias que o mundo é pequeno demais para mim.
É uma falta de paciência, um tic-tac que mata mais que a via expressa.

Eu vejo jovens perdidos, jovens iludidos, de tudo que é jeito e qualidade.. sabe, parei até de contar! o que não passa pela minha fatal percepção eu deixo passar (quase nada, por enquanto), sem mais questionamentos, sem outro interesse, que não haveria de ter porque nunca teve sentido por assim dizer.

Empalado
Pálido
Lido .. friamente, lido cada página e constatado o fatídico fim da humanidade. Triste fim.

De nada adiantou se adiantar, não chegou antes do dia nascer, perdeu tempo, jogou com o tempo, inocentemente julgou ser capaz de suportar a aposta de ser inconsequente sem consequências; eu observava da janela da minha casa os muros que não me deixavam ver a destruição das vidas que brincam de viver, que fazem de si a rainha de copas e dos outros seu joguinho particular. Acorde.

Eu tenho que ir, sempre tenho que ir..

22/12/2013

A Muda

Mudamos tanto com o passar dos dias e grandiosa é a vida, que nos coloca onde pertencemos diante do que somos. Não é a vida que nos olha diferente, este é o mundo, que é devasto como parte podre de uma bela fruta.
Uma semente precisa morrer para um dia frutificar ou dar sombra.

Triste mesmo é perder-se de si; não da pra achar-se na vida perdendo durante o caminho a si mesmo.

Vamos nos apresentar, vamos nos sentar e olhar nossas almas, vamos dividir o nosso melhor, multiplicar assim o nosso melhor, ao fim seremos diferentes, seremos mais fortes, seremos mais frágeis, seremos mais livres.

Certa vez fui questionado até quando prolongaria as situações em minha vida, não sabia responder e fui viver.. então quis prolongar a felicidade e não pude, quis prolongar o belo prazer e não pude, a cada nova situação frustrava-me.. logo parei e criei outro questionamento: que influência minha podia controlar o 'prolongar' das situações? muito, pouca ou nenhuma? não sabia; assim também comecei a tratar as ruins ou resultantes de tentativas de prolongar os bons momentos.

Não se pode controlar a vida, ela é divina, indomável, incompreensível e tantos outros adjetivos que justifiquem o que não se pode explicar.

Dias começam e terminam.. continue, tenha fé!

30/09/2013

Hiato

Naquele momento seus olhos cravaram meus sonhos a ponto de sangrar-los até que comecei a crer que não seria mais possível deixa-los vivos, que não seria mais possível tê-los em minhas mãos.

Sai em disparada pela rua, apenas sentindo o vento frio que tocava meus olhos, não tão inocentes mas mergulhados naquele momento em ondas de uma fragilidade infantil; tinha perdido junto com minhas lágrimas partes de mim, e como estrelas que surgem na escuridão reavivou em mim uma força maior que as lanças de suas palavras e olhares. Respirei e dormi; respirei e reanimei.

Enfrentarei os dias.. minha vida nunca foi fácil, por vales preto e branco passei, e não importa quantos tropeços hei de enfrentar, não importa quantas vezes terei que reavivar meus sonhos, sei onde encontro minhas forças, talvez não os caminhos mas continuarei vivo, farei das lanças fincadas o motivo de estar lançado à graça de estar vivo.


11/09/2013

Florescer

Há um engano em achamo-nos permanentes remanescentes dos que passaram.. um encontro com o recente, que pena, apenas uma transmutação de aparências. Até quando ficará pela aparência de pertencer ou controlar?

Existem coisas maiores do que tudo que vivemos, negar-se a aprender é uma tolice, negar-se a silenciar é uma imaturidade, negar-se a afastarmo-nos é uma ausência da noção de que tudo mudará; encaremo-nos parte da mudança, instrumento da mudança de um tempo, de vidas, de nós mesmos.

Encontro, talvez, tão de repente, a imaturidade humana;
Encontro, talvez, tão de repente, o amor (onde não floresceu).

Mesmo com todas as mudanças que ocorrem no percurso dos dias sempre acabo acumulando questionamentos sem respostas, as vezes, com entendimento mas nem de perto tão corretas; julgar que estou sempre certo é afirmar que não tenho imaturidades, egoísmos, fraquezas, medos e erros.. seria no mínimo idiotice e tão logo ignorância escrever até aqui.

Em cada olhar vejo uma busca, em cada olhar vejo um coração que anseia pela vida; vejo a esperança que procura um encontro com a felicidade, e deve ser por isso que não desisto tão fácil de acreditar no ser humano.

20/08/2013

Pobres Palavras Não Ditas

Numa tarde que parecia sem fim
percebi que a noite ao momento de te encontrar forças teria
para manter o equilíbrio, na incerteza da vida
que se movimenta dentro de mim.

Uma impaciência que gera e passa de ti
para minha mente;
rir numa prematura certeza de que não saberia
o que fazer com tal aproximação.

Naquele lugar paramos e eu parei
não respirei
estava a inspirar e expirar sua presença.

Dormi, acordei e mais um dia surgiu
surgi mais uma vez
pessoal e mental
fluindo estaticamente.


Findando

eu tenho um sentimento bonito, guardado que vai ser sacrificado ele é animal pra viver solto envolto no nosso abraço naquele dia me pediu pr...