19/07/2014

Quem sabe lá..

Pintura: Duy Huynh
Enquanto eu tento fazer de meu mundo um lugar confortável para se estar, as coisas que guardo gritam no lugar onde reservei para ser o baú de tudo que tirei de vista. Eu sempre tentei ser o que realmente achava que era como ser e de repente a sensação era que estava retrocedendo para aquele que sofria calado e deixava o mundo brincar como se fosse uma massinha de modelar, meu estado é o de extremos, de sensibilidade, prepotência e resistência, choro contido e birra..

Para alguém de sentimentos fere-se a alma ao ver alguém se despir de si tudo que se tem carregado da vida, agir para fazer do mundo um lugar melhor não tem nada de fácil ao perceber que você esta jogando com a vida, sem volta, que deixa marcas, que fere, que liberta e que talvez só possa fazer bem a quem um dia irá nascer depois que o mundo perceber que tudo que você escolheu na verdade só fez retroceder a vida de quem morreu, para que assim se toquem aos montes que fazer um mundo melhor é lutar por sua felicidade e realização.

Refletir é uma grande questão, só que as vezes estamos tão enquadrados que não nos permitimos fugir mesmo que ao extremos do racional e emocional para enxergar o que tanto passou despercebido, o sangue derramado pela história, as lágrimas de dor, e os gritos tão íntimos que não entraram para a história. Uma hora tudo vai passar e quisera o tempo que nossas idiotices não se perpetuem.

20/03/2014

Amostras

Nunca me faltou tanto as palavras e acho que a você também, me faz ver que não mudo só, não me calo só, meio que nos mancamos juntos; feliz da árvore do jardim que aguenta os maus tempos? dói menos não caminhar para não ter bolhas a incomodar? é engraçado como cambalear lado a lado se torna natural.

Se os meses tem algo a ver com isso, eu não sei, mas não quero me fingir de cego, basta de deficiências para cobrir esse jogo de poucas apostas onde tudo se põe a mesa; quero colocar minha lágrimas em cápsulas para que tenhas razão em achar todas elas uma droga de lastima em um mundo em que nossos sofrimentos são graças a quem não acha graça em não ser tratado com humanidade.

Fui perdendo os sorrisos, deixando-os pela rua como calçados quebrados. Estou perdendo a imaginação de me ver no futuro, é desesperador não se ver.


Sentimos falta de tudo que é bom e não acontece novamente, não é querer o passado de volta mas um futuro de bons momentos; logo chegará os ventos frios do outono e então tudo pode piorar. Eu quero esquentar minha casa e estar bem aconchegante, mas e a árvore lá fora?



"Só sabe que estava bem quando se sente mal
Só odeia a estrada quando sente saudade de casa" (Let Her Go - Passenger)

24/02/2014

Sem Motivos

Cena do filme "Her"
Poderia descrever os últimos dias e isso não seria muito interessante, normalmente buscamos o que nos deixa confortável, durante essa leitura permaneceriam os problemáticos e os que sentem prazer na dor.. entendi que muitas vezes os olhos dos indivíduos que fitam nossos passos não são tão bons assim, querem buscar algo que nunca tenham visto e talvez despertar uma sensação nova; eis a grande novidade desse mundo, a busca por coisas que nos preencham de um forma nunca vista e nunca alcançada, é uma ilusão criada e alimentada durante todos os momentos em que paramos refletindo sobre a vida.

Não, não me sinto no direito de julgar o que você deva buscar ou tentar viver, sinceramente acho que temos o direito a isso e, sem ser hipócrita, também busco a todo instante um sentido ou uma forma de encontrar na vida aquele ponto, aquela vírgula, aquela frase salvadora ou inebriante.. encontro dois pontos sempre.. talvez medo demais para parar em um ponto final, talvez controlador demais para ter uma reticências colocando reflexões onde talvez não devam existir. Como sempre posso não descrever momentos, mas nunca escaparei dos meus sentimentos.

Gostaria de chorar com mais frequência, verdade, dizem que alivia a carga, dizem que cura.. mas o que ha de errado em mim? esse sou eu, esse ser mutável, chato, que espera ser o melhor para alguém que nunca vai chegar; como tenho certeza? crio expectativas demais e esse talvez seja um motivo para acreditar nisso. Existe uma linha tênue entre estar bem e ser feliz.. sempre vou estar bem, exitem momentos de felicidade para me deixarem bem, vão existir motivos para estar bem; ser feliz talvez seja minha utopia. Uso muito "talvez" e isso talvez (rs) descreva minha insegurança em estar tão seguro.. minha completa loucura e sanidade na esperança de estar errado em um determinado dia da minha existência.

12/02/2014

"A Vida em Tons de Cinza" - Ruta Sepetys, A História de 20 Milhões de Esquecidos.

"Se eu lhes entregasse minha dignidade, o que iria me restar?"


Sinopse: 1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos. A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.



Embora os personagens do livro sejam fictícios, ele foi baseado em uma história real. Ruta Sepetys, a autora, é descendente de Lituanos e conversou com pessoas que enfrentaram esse pesadelo e sobreviveram, embora suas vozes tenham sido caladas durante anos pelo medo. Muitas dessas experiências foram incorporadas a estória de Lina Vilkas. O que deixa o livro ainda mais tocante, mais real.

"Eles estavam esperando. Uma mulher que também constava da lista estava dando a luz um bebê. Assim que o cordão umbilical fosse cortado, os dois seriam jogados dentro do veículo." 

Estima-se que 20 milhões de pessoas sucumbiram nas mãos de Stalin, os países bálticos perderam um terço de sua população e mesmo aqueles que sobreviveram às inumanidades soviéticas, não podiam contar a absolutamente ninguém, ou seriam mandados de volta para seus campos de trabalho forçado.

“Era arriscado carregar ou guardar nossa ração de quando Ivanov estava por perto. Ele adorava roubar nossa comida. Trezentos gramas. Era só o que recebíamos. Certa vez, eu o vi arrancar um pedaço de pão de uma velha. Ele o enfiou na boca. A mulher ficou olhando, sua boca vazia mastigando junto com a dele. Ele cuspiu o pão no pé dela. Ela se jogou no chão para pegar e comer cada pedaço.”

O livro de Ruta Sepetys é uma mensagem de amor. Ele desperta reflexão, profunda comoção e mostrou o poder que a compaixão tem de manter as pessoas de pé, quando isso é a única coisa que elas tem.

"Vocês algum dia já pensaram em quanto vale a vida de uma pessoa? Naquela manhã, a vida do meu irmão custou um relógio de bolso."

Leiam "A Vida Em Tons de Cinza", pesquisem, contem a alguém, reflitam. Coisas como a história de Lina ainda acontecem e só se perpetuam porque grande parte do mundo não sabe. Quando me refiro a mundo, quero dizer a população e não apenas seus lideres.

Book Trailer:

Site oficial da autora: http://rutasepetys.com/

Créditos:
http://www.skoob.com.br/livro/180509-a_vida_em_tons_de_cinza

" No auge do inverno, finalmente percebi que dentro de mim havia um verão invencível. " - Albert Camus

03/02/2014

Teoria das Janelas Quebradas


Há alguns anos, a Universidade de Stanford (EUA), realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas idênticas, da mesma marca modelo e até cor, abandonadas na via pública. Uma no Bronx, zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.

Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta.

Mas a experiência em questão não terminou aí. Quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava a uma semana impecável, os pesquisadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto. O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. Por que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso? Evidentemente, não é devido à pobreza, é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação. Faz quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras. Induz ao “vale-tudo”. Cada novo ataque que a viatura sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piore, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Baseado nessa experiência foi desenvolvido a ‘Teoria das Janelas Partidas’, que conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores. Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.

Se se cometem ‘pequenas faltas’ (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar com o sinal vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e delitos cada vez mais graves. Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.

Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas, estes mesmos espaços são progressivamente ocupados pelos delinquentes.

A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: lixo jogado no chão das estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de ‘Tolerância Zero’. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.

A expressão ‘Tolerância Zero’ soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinquente, pois aos dos abusos de autoridade da polícia deve-se também aplicar-se a tolerância zero.

Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nosso bairro, na rua onde vivemos.

A tolerância zero colocou Nova York na lista das cidades seguras.

Esta teoria pode também explicar o que acontece aqui no Brasil com corrupção, impunidade, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc.

Reflita sobre isso!

Via: http://clinicaalamedas.wordpress.com/2013/08/25/teoria-das-janelas-partidas/

Fonte original: acesse o artigo
http://www.manhattan-institute.org/pdf/_atlantic_monthly-broken_windows.pdf

14/01/2014

Escolhi Partir

Tem dias que a vida parece tão pequena que eu não sei onde me esconder, busco um outro mundo, maior e até construído por mim para esconder minha solidão, minha cara de tristeza e minhas fraquezas.
Tem dias que a vida é grande demais, em que um sorriso fica perdidão nesse mundo de meu Deus, o mundo parece careta, as pessoas parecem mais limitadas que o normal, ou é isso ou é alegria demais da conta, que aliás, não é da conta de ninguém.
Tem dias que o mundo é pequeno demais pra nós dois, tem dias que o mundo é pequeno demais para mim.
É uma falta de paciência, um tic-tac que mata mais que a via expressa.

Eu vejo jovens perdidos, jovens iludidos, de tudo que é jeito e qualidade.. sabe, parei até de contar! o que não passa pela minha fatal percepção eu deixo passar (quase nada, por enquanto), sem mais questionamentos, sem outro interesse, que não haveria de ter porque nunca teve sentido por assim dizer.

Empalado
Pálido
Lido .. friamente, lido cada página e constatado o fatídico fim da humanidade. Triste fim.

De nada adiantou se adiantar, não chegou antes do dia nascer, perdeu tempo, jogou com o tempo, inocentemente julgou ser capaz de suportar a aposta de ser inconsequente sem consequências; eu observava da janela da minha casa os muros que não me deixavam ver a destruição das vidas que brincam de viver, que fazem de si a rainha de copas e dos outros seu joguinho particular. Acorde.

Eu tenho que ir, sempre tenho que ir..

22/12/2013

A Muda

Mudamos tanto com o passar dos dias e grandiosa é a vida, que nos coloca onde pertencemos diante do que somos. Não é a vida que nos olha diferente, este é o mundo, que é devasto como parte podre de uma bela fruta.
Uma semente precisa morrer para um dia frutificar ou dar sombra.

Triste mesmo é perder-se de si; não da pra achar-se na vida perdendo durante o caminho a si mesmo.

Vamos nos apresentar, vamos nos sentar e olhar nossas almas, vamos dividir o nosso melhor, multiplicar assim o nosso melhor, ao fim seremos diferentes, seremos mais fortes, seremos mais frágeis, seremos mais livres.

Certa vez fui questionado até quando prolongaria as situações em minha vida, não sabia responder e fui viver.. então quis prolongar a felicidade e não pude, quis prolongar o belo prazer e não pude, a cada nova situação frustrava-me.. logo parei e criei outro questionamento: que influência minha podia controlar o 'prolongar' das situações? muito, pouca ou nenhuma? não sabia; assim também comecei a tratar as ruins ou resultantes de tentativas de prolongar os bons momentos.

Não se pode controlar a vida, ela é divina, indomável, incompreensível e tantos outros adjetivos que justifiquem o que não se pode explicar.

Dias começam e terminam.. continue, tenha fé!

Frutas Mordidas

sua alma gêmea não devia te fazer sentir-se um estranho se é de uma outra vida deveria te reconhecer se é dessa vida, te acolher tudo menos ...